quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Visita ao Museu Iberê Camargo - POA





Localizada às margens do Rio Guaíba - RS, construída em concreto armado branco, com linhas delicadas e elegantes o prédio passa abrigar a fundação e o museu Iberê Camargo, nascido em Restinga Seca - RS em 18 de agosto de 1914 e falecido em novembro de 1994. A fundação existe desde 1995, porém este novo lar é um marco para o circuito cultural brasileiro. A casa é dedicada ao estudo, preservação e divulgação da obra do artista um dos expoentes do século XX, que agora ganha um lar à sua altura. O museu vai abrigar 3.335 desenhos, 329 gravuras e 216 óleos, bibliotecas, auditório, ateliês e escritórios. Trata-se de um grande feito visto que até hoje nenhum artista brasileiro tinha conseguido um museu e fundação de forma planejada. A fundação tinha como sede a casa onde ele e sua esposa Maria Coussiat Camargo moravam, sendo Maria Coussiat a presidenta de honra da “nova casa”, cuja inauguração ocorrera em 30 de maio de 2008 e custou cerca de R$ 40 milhões. A construção deu o prêmio Leão de Ouro de Arquitetura para Álvaro Siza, na Bienal de Veneza de 2002.

Exposição

Calcula-se que a produção de Iberê Camargo seja de 7 mil trabalhos entre desenhos, aquarelas, pinturas e gravuras, sendo que 4 mil destes estarão no acervo do museu. Em sua passagem pela Escola Nacional de Belas Artes {RJ}, foi contemporâneo de Maria Leontina, Goeldi, Milton Dacosta e ganhou o prêmio viagem à Europa em 1947 com a tela Lapa. Na Europa foi aluno de Giorgio de Chirico e de André Lotte. Nos anos 40 sua mudança para o Rio de Janeiro teve uma outra motivação: o fatídico assassinato de um homem em uma briga de rua. Inocentado, ele retorna ao Rio Grande do Sul 40 anos depois, local que abriga suas obras. O espaço vai abrigar exposição permanente de Iberê Camargo e temporárias de outros artistas ligados entre o moderno e o contemporâneo. Após inauguração, em 30 de maio, acontecerá uma mostra inaugural com o pintor. A exposição Iberê Camargo - Moderno no Limite apresenta 89 obras importantes do artista, que apesar de não ter sido reconhecido internacionalmente um expressionista como Pollock ou Kooming, ultrapassou os limites do Rio Grande do Sul e do Brasil. E isso não o fez menor, visto que Iberê nasceu em um país periférico. Mas suas paletas de tons frios, grises, roxos e escuras serviram à sua visão de mundo. [francisco martins]

MATÉRIA PUBLICADA NA REVISTA CONTEMPORÂNEA, SÃO PAULO -SP, EDIÇÃO DE JULHO DE 2008. LEIA MAIS SOBRE A REVISTA E CONTEÚDOS EM www.jornalnovastecnicas.com.br



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